O presidente do Studio Ghibli, Toshio Suzuki (esquerda) e o presidente da Nippon TV, Yoshikuni Sugiyama.

Foi confirmado nesta quinta-feira que a empresa japonesa de televisão Nippon TV (NTV) irá adquirir 42,3% das ações do Studio Ghibli. Esta transação, uma vez concluída, tornaria a NTV a maior acionista do Ghibli, e transformaria o mundialmente famoso estúdio de animação japonês em uma subsidiária a partir de outubro.

A informação foi anunciada em uma coletiva de imprensa pelo presidente da Nippon TV, Yoshikuni Sugiyama e pelo cofundador, produtor e atual presidente do Studio Ghibli, Toshio Suzuki. A NTV está em negociações com o Studio Ghibli para uma possível aquisição desde 2022.

Durante a coletiva de imprensa, Suzuki admitiu que a razão que motivou o Studio Ghibli, que inclui o aclamado diretor Hayao Miyazaki, a vender parte de suas ações foi a busca para um “sucessor” para seu legado, dado que Miyazaki tem atualmente 82 anos, e o próprio Suzuki tem 75.

Goro Miyazaki, filho mais velho de Hayao e também diretor de animação (Contos de Terramar, Da Colina Kokuriko, Aya e a Bruxa), foi cogitado muitas vezes para se tornar um sucessor do esúdio, contudo Goro recusou todas as ofertas, reforçada ainda com a oposição de Hayao Miyazaki à decisão do filho de se tornar chefe.

Desde 1985, a NTV mantém laços estreitos com o Studio Ghibli, sendo a primeira emissora a exibir Nausicaä do Vale do Vento na TV. A rede tem exibido frequentemente animações Ghibli no Friday Roadshow, que mantém sua audiência consistentemente alta.

Além disso, a NTV financiou a produção de O Serviço de Entregas da Kiki (filme de 1989 dirigido por Hayao Miyazaki) e apoiou o estabelecimento do Museu Ghibli, localizado em Mitaka, aberto em 2001.

O Studio Ghibli será liderado por Hiroyuki Fukuda, diretor sênior de operações e diretor do conselho da Nippon TV. Toshio Suzuki manterá o cargo de presidente, enquanto Hayao Miyazaki, o famoso cineasta e cofundador do Studio Ghibli, será seu presidente honorário.

Segundo comunicado, A Nippon TV cuidará das operações e do gerenciamento e se propõe a proteger permanentemente os valores originais das obras e a marca do Studio Ghibli, concordando em respeitar a autonomia do estúdio de animação japonês para que este se concentre na parte criativa na produção de filmes, assim como na operação do Museu Ghibli e Ghibli Park.

Fontes: Studio Ghibli | ANN